segunda-feira, 25 de abril de 2011

Canções de Abril - José Afonso

Canções de Abril

A "revolução" foi muito importante na vida da minha familia. Cresci a aprendi a saber a diferença entre o passado e o presente, a repressão e a liberdade, a guerra e a paz, a censura e o livre pensamento.
Pai na guerra em África, lutava por algo em que não acreditava. Ainda hoje existem algumas sequelas...

Por isso, e pelo presente, comemorar Abril é e será sempre importante!


domingo, 24 de abril de 2011

o meu filho tem autismo... - parte II

O tempo que o Pedro passou na creche e depois no jardim de infância, acompanhado pela equipa da intervenção precoce foi longo. Iniciou logo o apoio com educadora, e nos anos seguintes estendeu-se também à terapia da fala e ocupacional. Aos 4 e 5 anos, como actividade extra, realizava também sessões de psicomotricidade.

No que respeita à saúde, nada de excepcional a assinalar. Entre os 2 e os 5 anos, foi operado aos ouvidos, adenóides e amigdalas, devido a otites serosas e sem que tenhamos dado por elas. Também foi atacado pela varicela, episódios de gripe e diarreia, próprios de crianças em jardim de infância.

Durante este período a mudança de pediatra permitiu alargar horizontes sobre o desenvolvimento do Pedro. Ele fazia o seu caminho, mas não se conseguia perceber o que se passava com ele. Prematuridade? Uma relação demasiado focalizada? Tão e somente necessidade de estimulação?
O encaminhamento para uma consulta de pediatria do desenvolvimento num Centro de Desenvolvimento Infantil de Lisboa ofereceu-nos pela primeira vez um veredicto. Em poucos minutos fomos informados que o Pedro tinha o diagnóstico de PDD-NOS/Perturbação Pervasiva do Desenvolvimento - Não Especifica. Finalmente, alguém nos situava no meio de tantas dúvidas, incertezas e angustias, no caminho que o Pedro e todos nós trilhavamos no dia a dia.

O mundo da internet começou a abrir portas e apareceram diversos conteúdos e muita informação. Aos poucos fomos processando e interiorizando a ideia do Pedro ter autismo. A dúvida residia se seria mais ou menos ligeiro, e se com um prognóstico mais ou menos favorável.

domingo, 17 de abril de 2011

O meu filho tem autismo... - parte I

mas não é um drama.
Quando pensei no "Chocolate em Caramelo" queria um espaço só meu, dissociado do autismo, mas cheguei à brilhante conclusão que não consigo. O Pedro faz parte de mim, tal como a Joana e todas as outras coisas da minha vida.

Então aqui vai a sua história...

Corria o ano de 2002, qundo o Pedro nasceu. Depois de uma gravidez planeada, desejada e acompanhada, às 30 semanas, a bolsa rompeu e entrei em trabalho de parto. Do Hospital do Barreiro, fui transferida para o Hospital Garcia da Horta. Uma semana depois, às 31 semanas de gestação, o Pedro nasce com 1,850kg e 41 cm.
Recem-nascido prematuro, teve os melhores cuidados prestados pelos vários profissionais que o acompanharam. A alimentação foi evoluindo e aumentando de peso quase dia após dia. Com 15 dias de vida veio transferido para o Hospital do Barreiro, para ganhar o peso necessário e iniciarmos uma vida a três em casa.
Como o tempo era de muito calor, rapidamente o Pedro crescia. Com uma muito boa evolução no primeiro ano de vida, a maior parte das vezes, quando se deslocava à pediatra raramente era tido em conta a idade corrigida.
Realizaram-se todas as fases de acompanhamento de um bebé: idadas à pediatra, vacinas, amamentação e diferenciação alimentar...
Quando chegou o passo seguinte, da mãe regressar ao trabalho, os avós maternos assumiram o seu papel a tempo inteiro e abraçaram uma nova vida...
Como foi um bebé prematuro teve que ser acompanhado em oftalmologia, teve que fazer audiograma e ser acompanhado em consulta de desenvolvimento.
Sem quaisquer problemas de visão ou audição, nas primeiras duas consultas de desenvolvimento aos 12 e aos 18 meses parecia estar tudo a correr de forma adequada. Na terceira consulta aos 27 meses, o mundo caiu... Da bateria de testes aplicado - tão e somente a Escala de Desenvolvimento de Griffiths - verificou-se atraso ao nivel da linguagem, dificuldades ao nivel da atenção, e não realizava actividades ao nivel da coordenação olho-mão e de realização.
Sem me querer alongar muito com a forma menos adequado como esta consulta num hospital público se realizou, fui confrontada com uma situação que me deixou em estado de choque. Sem termo de comparação com outras crianças da mesma idade, sem qualquer feedback da pediatra particular que o acompanhava...
Assustadissima, e confrontada com uma realidade que não parecia ser a minha, passei à acção. Contactei todo o mundo na procura de um infantário para o Pedro.
Assim, em dois dias, o meu filho iniciou a creche e foi referenciado ao projecto de intervenção precoce da nossa área.

domingo, 3 de abril de 2011

Dia Mundial da Consciencialização do Autismo

Foi ontem, dia 2 de Abril, que em todo o mundo se tento sensibilizar para esta pertrbação do desenvolvimento.

Também eu tenho um filho com autismo.

Sabem o que é?

domingo, 16 de janeiro de 2011

Um domingo igual aos outros...

Os miudos em pijama, enrolados no sofá a ver desenhos animados. O pai deles na cama a dormir. A mãe dos pequenos agarrada ao portátil, tentando ganhar coragem para ir em frente num domingo igual aos outros...

sábado, 15 de janeiro de 2011

O meu cheiro...

A minha filha adora cheirar-me. Quando a dispo para o banho, ou quando a visto, agarra-se ao meus pés coço e cheira. Depois diz: "que cheirinho delicioso"!
Senti a minha auto-estima a subir... eh pá ... afinal cheiro!!!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Os três casamentos de Camilla S.

Não lia um livro há centenas de meses. Sedenta de leitura, no sábado à noite, entre as dez e as duas e meia da manhã, li este livro do principio ao fim. Que saudades tinha de pôr os meus neurónios a funcionar...
Conheço pouco a obra da Rosa Lobato de Faria, mas o pouco que tenho lido tem-me enchido as medidas.
História super interessante, para mim pareceu-me quase realidade. E fez-me pensar na relatividade dos valores e dos sentimentos de cada um quando confrontados com situações especiais.




sábado, 8 de janeiro de 2011

Maria Albertina ...

...  foi a musica que ouvimos ontem de manhã, quando fui levar os miudos à Escola. O Pedro sorriu assim que a ouviu, pois há alguns anos atrás o refrão fazia parte do seu reportório musical.
Hoje quando acordei a "Maria Albertina" ainda não me saiu da cabeça. Se é pela música ou pela letra não sei. Talvez me forneça a energia necessária para o fim de semana.

Fim de semana

Mais um fim de semana com chuva. Comida para comprar, roupa para lavar, roupa para secar (não sei muito bem como), roupa para passar a ferro...

 A minha vida nos ultimos tempos tem-se resumido à máquina de lavar, ferro e tábua de engomar. Ou sou muito limpinha com a roupa que vestimos ou então sujamo-nos muito.

Muitos papeis para organizar e arrumar...

Não, não me parece que seja este o fim de semana da organização! 

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Música pela manhã

É uma das músicas que mais ouvimos de manhã assim que saímos de casa e ligamos o carro. Os miudos pedem  musica, e eu pergunto qual. A da gaita de foles diz a Joana. A dos tambores, diz o Pedro. E lá vamos a cantar. Dá cá uma energia até chegar ao trabalho...

Aconselho. Senhores e Senhoras: Galandum Galundaina!

2011 - Novo Ano, as mesmas rotinas

Depois das festas, desejos de bom ano, beijos e abraços, a rotina recomeçou na 2ª feira. Levantar, correr em casa de um lado para o outro (acordar miudos, vestir todos, dar pequenos almoços), metar malas e sacos no carro, deixá-los na escola, ir trabalhar.
À tarde, sair do trabalho, ir buscá-los aos avós, carregar com eles e com sacos para dentro de casa, preparar banhos, preparar jantar.
Ufa!! Depois de os deitar já não consigo fazer nada. E assim todas as resoluções de ano novo ficam em águas de bacalhau por mais uns dias.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Casada, mãe de filhos, fiz o percurso normal, tranquilo e muito acertadinho que as meninas devem fazer. Boa estudante, às vezes razoável, subi todos os graus da escada até à pós-graduação ainda não terminada, por uma ninharia!
Mulher de vários afazeres e trabalhos, profissionais, domésticos, familiares, sociais, caracterizo-me por passar as horas do dia preocupada, comigo e com os outros, tanto os de casa como com os de fora. È a minha ansiedade nos seus niveis mais elevados.
Gosto de muitas coisas, e detesto outras, às vezes numa dispersão sem igual. Não sei muito sobre algo, mas conheço um pouco de quase tudo. Tenho opiniões, às vezes contraditórias. Isso preocupava-me, agora já não dou assim tante importãncia.
Stressada por natureza, às vezes sem dar por isso, passam por mim os pequenos bons momentos da vida. É mais uma justificação para registá-los n'o Chocolate em Caramelo.

Chocolate em caramelo... apresenta-se...

Quase nos quarenta, começo a olhar para para o passado e vou tentando construir um filme. Quem sou, de onde venho, para onde vou, são perguntas que me assolam de vez em quando. sabendo que isto não acontece só comigo...
As dúvidas sobre aquilo que fiz e o que aconteceu na minha vida, se foram ou não coisas bem feitas, levam-me a questionar o meu sentido e o significado.
Talvez por aqui se faça alguma luz, talvez apareça um momento catártico.
Porquê um blogue? Porque os diários de capa cor de rosa ou prateada com fechadura fazem parte da adolescência, e agora os segredos já não são mais segredos. Sei que não sou a única e que não estou sozinha. Procura de atenção? Talvez...
Encontrar um espaço de liberdade pessoal para me contradizer e olhar de fora para dentro...
A sensação de conseguir ter a segurança e o risco para me expor, e (re)construir o meu mundo em palavras, imagens, cores e sons, aguçando os sentidos.