domingo, 17 de abril de 2011

O meu filho tem autismo... - parte I

mas não é um drama.
Quando pensei no "Chocolate em Caramelo" queria um espaço só meu, dissociado do autismo, mas cheguei à brilhante conclusão que não consigo. O Pedro faz parte de mim, tal como a Joana e todas as outras coisas da minha vida.

Então aqui vai a sua história...

Corria o ano de 2002, qundo o Pedro nasceu. Depois de uma gravidez planeada, desejada e acompanhada, às 30 semanas, a bolsa rompeu e entrei em trabalho de parto. Do Hospital do Barreiro, fui transferida para o Hospital Garcia da Horta. Uma semana depois, às 31 semanas de gestação, o Pedro nasce com 1,850kg e 41 cm.
Recem-nascido prematuro, teve os melhores cuidados prestados pelos vários profissionais que o acompanharam. A alimentação foi evoluindo e aumentando de peso quase dia após dia. Com 15 dias de vida veio transferido para o Hospital do Barreiro, para ganhar o peso necessário e iniciarmos uma vida a três em casa.
Como o tempo era de muito calor, rapidamente o Pedro crescia. Com uma muito boa evolução no primeiro ano de vida, a maior parte das vezes, quando se deslocava à pediatra raramente era tido em conta a idade corrigida.
Realizaram-se todas as fases de acompanhamento de um bebé: idadas à pediatra, vacinas, amamentação e diferenciação alimentar...
Quando chegou o passo seguinte, da mãe regressar ao trabalho, os avós maternos assumiram o seu papel a tempo inteiro e abraçaram uma nova vida...
Como foi um bebé prematuro teve que ser acompanhado em oftalmologia, teve que fazer audiograma e ser acompanhado em consulta de desenvolvimento.
Sem quaisquer problemas de visão ou audição, nas primeiras duas consultas de desenvolvimento aos 12 e aos 18 meses parecia estar tudo a correr de forma adequada. Na terceira consulta aos 27 meses, o mundo caiu... Da bateria de testes aplicado - tão e somente a Escala de Desenvolvimento de Griffiths - verificou-se atraso ao nivel da linguagem, dificuldades ao nivel da atenção, e não realizava actividades ao nivel da coordenação olho-mão e de realização.
Sem me querer alongar muito com a forma menos adequado como esta consulta num hospital público se realizou, fui confrontada com uma situação que me deixou em estado de choque. Sem termo de comparação com outras crianças da mesma idade, sem qualquer feedback da pediatra particular que o acompanhava...
Assustadissima, e confrontada com uma realidade que não parecia ser a minha, passei à acção. Contactei todo o mundo na procura de um infantário para o Pedro.
Assim, em dois dias, o meu filho iniciou a creche e foi referenciado ao projecto de intervenção precoce da nossa área.

2 comentários:

  1. Mas pela descrição não é um tipo de autismo muito acentuado...

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  2. Olá Rosinha,
    aparentemente o Pedro não parece ter o que seja. Mas após algum tempo a observá-lo as pessoas começam a perceber que existe qualquer coisa que não está bem. A nossa maior complicação são as suas graves dificuldades em fazer aprendizagens escolares.

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